quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Essa tal felicidade...


Há dias em que parece que algo falta e não sabemos ao certo o quê. Parece que a felicidade está distante e não temos ânimo para persegui-la. Há dias em que não há o que reclamar, mas também não encontramos um motivo para escovar os dentes. Mas são dias que correm como os outros que consideramos felizes. Vão embora da mesma maneira.


Uma passagem do livro Comer, rezar, amar, da americana Elizabeth Gilbert, me fez pensar sobre o assunto com mais atenção. Na obra autobiográfica, Gilbert relata sua viagem à Itália, Índia e Indonésia em busca de sentido para sua vida, esfacelada após um divórcio conturbado, uma dor de cotovelo aguda e a conseqüente depressão. Em certo momento, em que está meditando em um templo indiano a moça sente a ardência da picada de um mosquito. O incômodo continua até que muitas picadas somam-se à primeira. Então, já dispersa dos mantras e da contemplação resolve, para sua própria surpresa, não oferecer resistência a dor. Apenas observá-la como se estivesse desligada do corpo. Não espanta os mosquitos, não coça, nem se move... apesar da raiva insana que nutre pelos insetos.


Gilbert percebe que assim como acontece com os momentos de felicidade, os de dor extrema também vão embora. O sofrimento está na resistência. Pergunto: para quê? Se no outro dia o vento sopra diferente e ao ouvir Janie dont’ you take your love to town, do Jon Bon Jovi, o mundo parece mais colorido e feliz como se estivéssemos o observando pela primeira vez? Tudo isso para dizer que a verdadeira felicidade não é efêmera como nosso humor ou nossos dissabores. E, sabemos, as coisas verdadeiras são as que permanecem. Mesmo quando o pé descoberto não nos permite enxergar.


Quando as coisas parecem seguir “mais ou menos” basta exercitar a certeza de que a felicidade ainda está ali, mesmo que a primeira gargalhada tenha que jejuar 24 horas até passar o azedume da alma. Ou uma nuvem de mosquitos. Certo, não é para tanto. Me desculpe Gilbert, mas isso é para escritoras ricas em ano sabático....

3 comentários:

  1. Adoro essa frase, não sei quem a escreveu mais resume muito oque eu sigo...

    "SE CAÍRES 7 VESES, LEVANTARÁS 8"

    Se hoje estiver ruim, fica tranquila amanhã melhora...

    Nenhuma escuridão dura para sempre...

    Parabéns Helguitcha!!

    ResponderExcluir
  2. É... a felicidade está no caminho e não na chegada!

    ResponderExcluir
  3. Rosinha
    Obrigada pela visita! Estou com você, o primeiro passo para encontrar a felicidade é aprender a reconhecê-la. Fico feliz que minhas palavras façam sentido para sua alma de curiosa. Beijão!

    ResponderExcluir